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Estudo sobre a reposição hormonal


REFLEXÕES SOBRE A REPOSIÇÃO HORMONAL

Por Drauzio Varella

Embora a passagem para a menopausa seja amena para muitas mulheres, há outras que sofrem. Os sintomas vasoativos podem ser tão intensos e os episódios de sudorese abundante tão frequentes que inviabilizam o convívio social. A perda de elasticidade da pele, a diminuição da libido, a secura vaginal, os lapsos de memória, as crises de choro e os quadros depressivos característicos dessa época em que os filhos ficaram adultos podem destruir relacionamentos amorosos, provocar perda da autoestima e da vontade de viver.




Para agravar, algumas doenças parecem aguardar a chegada da menopausa para instalar-se. As mulheres têm menos ataques cardíacos e derrames cerebrais do que os homens, até chegar à menopausa, daí em diante o risco passa a ser idêntico: uma em cada três mulheres irá morrer de doença cardiovascular. As infecções ginecológicas e urinárias de repetição, a osteoporose, as fraturas e a redução da massa muscular comprometem a qualidade de vida e muitas vezes encurtam sua duração.

Nada mais desejável, portanto, que um tratamento como a reposição hormonal, aparentemente desprovido de maiores efeitos colaterais, fosse indicado para essa fase da vida. O que me incomodou naquela palestra não foi a indicação, mas a proposta de torná-la universal sem levar em conta a diversidade entre os seres humanos. Em Medicina, não existe um único exemplo de remédio que sirva a todos.


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Então, em 1992, foram publicados os resultados do estudo americano conhecido com a sigla WHI (Women’s Health Initiative). Uma população de 16.608 mulheres de 50 a 79 anos foi estratificada e dividida aleatoriamente em dois grupos: o primeiro recebeu reposição hormonal com uma associação de estrógeno e progesterona; o outro, placebo, um comprimido de aparência idêntica, porém inerte.



O estudo foi encerrado inesperadamente depois de 5,5 anos, bem antes do previsto, porque os riscos da reposição excederam os benefícios. As mulheres tratadas tiveram aumento de 29% de ataques cardíacos, 41% de derrames cerebrais, 113% de embolias pulmonares e 26% de câncer de mama. Em contrapartida, o risco de fraturas ósseas diminuiu 34% e o de câncer de cólon 37%. As demências ocorridas depois dos 65 anos, infelizmente, aconteceram com o dobro da frequência nas que receberam hormônios.

Publicado em 24/04/2011 - Revisado em 10/08/2017.




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